[RESENHA]: Horror em Amityville


Autor: Jay Anson
Editora:  Abril Cultural
191 páginas

Introdução:  O livro vai contar a 'história' da família Lutz que em 1975 muda-se para o número 112 da Ocean Avenue, uma mansão situada em Amityville, Nova York.  Contudo, antes de falar um pouco sobre a família Lutz, vou apontar primeiro os antepassados dessa casa.
Construída sobre um terreno utilizado anteriormente como um isolamento para doentes e loucos, a casa fora palco de uma famosa chacina encenada por Ronald DeFeo Jr. que matou 6 membros da sua família: seus pais, Ronald e Louise DeFeo e seus 4 irmãos, John, Mark, Allison e Dawn, todos sendo mortos com uma mesma arma e encontrados na mesma posição. Defeo Jr. foi condenado a 6 penas de 25 anos cada e até o presente momento está vivo e detido em uma penitenciária nos EUA. O assassino alegou na corte que o fato de ter cometido os crimes foi uma influência de fatores sobrenaturais que rondavam a casa.

Um ano após ao caso DeFeo, os Lutz à procura de um novo lugar para morar, encontram em Amityville a perfeita moradia ou até o momento da compra pensavam eles ser.... Um casa enorme de 3 andares, com piscina, casa de barcos e tudo mais. O que não sabiam é que junto com essa maravilhosa casa vinha de brinde alguns espíritos.


A 'história' em forma de diário narra de forma bem crua e simples os 28 dias que os Lutz viveram dentro daquele inferno. Desde o primeiro dia de mudança até o dia que eles conseguiram escapar de lá. Além do casal George e Kathleen Lutz, seus 3 filhos, Daniel, Christopher e Melissa e Harry, o cachorro da família, a estória acompanha o Pandre Mancuso, um sacerdote conhecido pelo casal, que vai benzer o local no dia da mudança e desde então fica preso dentro do pesadelo que reside nas entranhas do terreno.

Crítica: Bem, primeiramente, como vocês podem ter percebido eu tive o cuidado de redigir a palavra história ao invés de estória e colocar aquele termo entre aspas. Não por acaso. 
Jay Anson, o escritor do livro, no início e fim da obra coloca de todas as maneiras que o fato descrito no livro é verdadeiro ou para não soar muito autoritário: "Até onde me foi possível verificar, todos os acontecimentos narrados neste livro são verdadeiros".  Contudo, há severas críticas ao livro e ao próprio autor quanto a veracidade das informações ali descritas. Enquanto Jay Anson defende que fez uma ampla pesquisa sobre o ocorrido, outros afirmam categoricamente que pouco foi investigado e consideram o livro uma enganação, inclusive dentro desse grupo que chama a obra do autor uma fraude está o 'mestre do terror moderno', Stephen King. Decerto, o livro seriou na lista de bestseller devido a essa informação amplamente divulgada de que o livro retratava fatos reais, pois verdade ou não, se o livro não trouxesse essa nota, duvido muito que teria causado tanto impacto nos leitores.

Fora isso, alguns outros problemas encontrados na trama não me caíram bem:
1) Os Lutz compram uma casa que deveria custar 'os olhos da cara', mas está sendo vendida por um preço insignificante, devido a alguma animosidade ocorrida no passado do imóvel, neste caso os assassinatos. ( Fato muito comum em estórias de casas mal-assombradas. Protagonistas encontram a casa dos sonhos que está sendo vendida por um preço ínfimo porque algum problema ocorreu com os antigos moradores, e em geral são homicídios.)
2) Missy, filha do casal e a caçula da família, faz um amigo 'imaginário'. ( Outro clichê. Quantos filmes de terror ligados a algo sobrenatural onde o filho mais novo, que na maioria das vezes é uma menina, tem o primeiro contato visual com o que quer esteja envolvendo o recinto e torna-se amigo da coisa?)
3) Por fim, o ponto no livro que mais me incomodou. Como pessoas/personagens podem ser tão burros?... apesar de que, pensando bem, isso é outro clichê, por que a maioria dos filmes de terror, tem que ter dentro da estória uma pessoa, a qual, não importa o que aconteça, teima em acreditar na assombração. Como pode a pessoa tendo presenciado tudo de pior que poderia acontecer, se recusar a sair do local? Teve uma parte em específico do livro que ressaltou ainda mais a imbecilidade do George, o patriarca da família, que faço questão de transcrever: " Ou ele foi narcotizado,[...] ou eu estou ficando maluco!"(pág. 176) Lendo esse trecho isoladamente não dá para perceber como o cara é idiota, mas vamos contextualizar. Ele disse isso quando estava presenciando a penúltima assombração que ele iria entrar em contato dentro da maldita casa e ele ainda tem coragem de dizer aquilo? Depois de tudo que ele viu e sentiu na própria pele e depois do que toda família sofreu? Para deixar mais claro, à quem ele se referiu ao dizer narcotizado foi  Harry, o cachorro, que não acordou aos barulhos que estavam se desenrolando na casa. Sério, faltando 6 páginas para acabar o livro ele tem a capacidade de dizer isso? Ainda duvidando de tudo que aconteceu e estava acontecendo?

Diante de tudo isso, só tenho a dizer que não recomendo a leitura.














[RESENHA]: Dexter - A Mão Esquerda de Deus

Autor: Jeff Lindsay
272 páginas
Editora: Planeta

Sinopse: "Dexter Morgan é um educado lobo vestido em pele de ovelha. Ele é atraente e charmoso, mas algo em seu passado fez com que se transformasse numa pessoa diferente. Dexter é um serial killer. Na verdade, é um assassino incomum que extermina apenas aqueles que merecem. Ao mesmo tempo, trabalha como perito da polícia de Miami... Em Dexter, a Mão Esquerda de Deus, o livro que deu origem à aclamada série de TV, o adorável matador depara-se com um concorrente de estilo semelhante ao seu, encanta-se e incomoda-se com ele, prevê seus passos... A escrita requintada de Jeff Lindsay nos faz mergulhar na mente de um dos personagens mais ambíguos da história da literatura de suspense. Nunca o macabro foi tratado com tanto refinamento e leveza. Dexter Morgan é uma obra-prima."
Introdução: 
O livro conta a estória de Dexter Morgan, um indivíduo com uma "pequena" imperfeição em sua personalidade. Dexter possui um distúrbio mental grave caracterizado por um desvio de caráter, ausência de sentimentos genuínos, frieza, insensibilidade aos sentimentos alheios, falta de remorso e culpa por atos cruéis e tantas outras características que podemos associar ao um ser Psicopata. Sim, Dexter possui a chamada psicopatia e em determinados momentos possui um desejo desenfreado que o impulsiona a matar tanto pessoas como animas. No livro, esse desvio de caráter é personificado no chamado "Passageiro das Trevas", uma outra personalidade de Dexter que o instiga a cometer esses atos. Contudo, por que Dexter é assim?

Na vida real, há várias explicações e correntes na psicologia/psiquiatria - não sei bem qual área estuda esse tipo de transtorno - quanto ao motivo que leva  um ser a cometer tais atos. Alguns consideram que a psicopatia deriva de disfunções biológicas presentes na pessoa desde o nascimento; outros consideram que a psicopatia é causada por históricos traumáticos durante a infância e há quem diga também que um ser psicopata deriva da junção de todos esses fatores, logo é uma patologia multifatorial. 

No contexto ficcional, Dexter tem o distúrbio, pois viveu uma situação traumática na infância. Quando tinha apenas 3 anos de idade ele presencia um assassinato e isso marca ele para sempre.
Órfão, Dexter é adotado pelos Morgan, e é por eles, em especial por Harry Morgan, seu pai adotivo, que Dexter aprende a controlar esses impulsos e a só aliviar sua tensão em pessoas que realmente "merecem morrer", isto é, criminosos e assassinos. Assim, Dexter ruma sua vida seguindo o "Código Harry" - como ele chama as regras que seu pai adotivo lhe pediu para seguir - e se mistura dentro dos habitantes de Miami como uma pessoa normal, escondendo de todos quem ele realmente é.

Crítica:
Realmente fui surpreendido com a leitura. Tinha uma breve noção do que seria o livro, porque conhecia por alto a tão aclamada série de TV, a qual nunca vi nenhum episódio, nem tenho muita curiosidade de assistir. O livro, porém, é sensacional. O leitor é totalmente submerso na estória e inserido dentro da cabeça de Dexter. Nós percebemos como ele pensa, o que ele sente, ou melhor não sente, e ficamos abismados com algum de seus pensamentos, que são ao mesmo tempo tão cruéis, mas também tão naturais.
Conhecem a frase: "Seria cômico se não fosse trágico" ? Assim é o livro, com uma única diferença: você não se envergonha de rir da situação. Apesar, de tratar de uma temática psicológica densa, a forma como o personagem narra os acontecimentos e mostra seus pensamentos é tão singela e às vezes tomada por ironia que o leitor acaba encarado as coisas com naturalidade e até mesmo rindo de determinados comentários do personagem.




RESENHA: O Livro do Cemitério - Neil Gaiman

Autor: Neil Gaiman
336 páginas
Editora: Rocco

Sinopse:
"Enquanto seus pais e irmã são impiedosamente assassinados por um misterioso homem chamado Jack, um bebê consegue escapar de seu berço e se aventurar pelo mundo. Uma série de coincidências, aliada a uma grande dose de sorte, salva o pequeno de ter um destino tão trágico quanto o de sua família.Com um começo sombrio e violento, diferente do seu habitual, o escritor inglês provoca arrepios no leitor. A história do bebê sortudo e fujão começa quando ele chega à rua e sobe a colina em direção ao velho cemitério. Ele é perseguido pelo assassino de seus familiares, o homem chamado Jack. Já dentro do cemitério o neném conhece os habitantes do local. Fantasmas de outras épocas que vivem em suas covas e mausoléus e que por circunstâncias do destino são forçados a adotar e batizar o bebê, agora chamado de Ninguém Owens, o Nin, para salvá-lo do seu perseguidor. "
A Trama se desenrola ao redor de Ninguém Owens, que quando bebê , aos 2 anos de idade, escapa da morte ao sair de sua casa engatinhando rumo ao cemitério, enquanto um homem chamado Jack assassina toda sua família. A partir daí, mostra – se o crescimento desse menino junto aos fantasmas do cemitério que o acolheram e todo o desenvolvimento da criança nas artes fantasmagóricas – Sumiço, Medo, Passeio nos Sonhos, etc. -, além de explicar o motivo – clichê - dos assassinatos e porque o Nin Owens estava sendo caçado.

A estória é boa e tinha um grande potencial para ser melhor desenvolvida por abordar um assunto diferente e ao mesmo tempo interessante. Contudo, mesmo com a fluidez da narração e com um tema interessante, o livro não consegue fechar de forma satisfatória todas as linhas da trama, deixando alguns pontos sem esclarecimento e acaba por desembocar em alguns clichês.

A mensagem que o livro passa sobre o perigo que ronda a vida é bem legal e o desfecho do livro é emocionante, mas mesmo assim, os assuntos abordados no livro podiam ser melhor trabalhados, deu a impressão de que algumas informações foram jogadas, apenas para dar algum sentido a estória, mas acabou deixando muitas perguntas em aberto. 


Talvez, um pouco do meu desapontamento com o livro seja pelo fato de eu o ter lido com altas expectativas, não só por ser um livro com bastante comentários positivos, mas pelo fato de ser um autor bem conceituado não só entre leitores, mas também pela crítica.

Apesar de não ter sido um ótimo livro para mim, tenho certeza que é um livro que vai agradar muitos, por isso recomendo a leitura.

Link do livro no Skoob:  http://www.skoob.com.br/livro/101187

RESENHA: Deixados para Trás – Uma Ficção dos Últimos Dias.

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Autores: Jerry B. Jenkins, Tim LaHaye
Editora: United Press 
416 páginas

"O Pensamento de Rayford Steele estava numa mulher que ele nunca havia tocado. Com seu 747 totalmente lotado, ligado no piloto automático e voando sobre o Atlântico em direção ao aeroporto de Heathrow, em Londres, Rayford deixou por alguns momento de pensar em sua família. Naquele momento, ele acariciava a lembraça do sorriso de Hattie Durham, a chefe do serviço de bordo, e sonhava com o encontro que tinham marcado. Ao deixar a cabine por alguns momentos, Rayford teve seus pensamentos interrompidos. Hattie apareceu assustada e disse-lhe: "Alguns passageiros sumiram!" "

Simplesmente incrível. Não podia ser menos entusiasmante já que se baseia em um outro livro, que é muito instigante e ao mesmo tempo amedrontador – Quem leu o Apocalipse sabe disso. A obra traz um enredo envolto de uma temática totalmente cristã; mais especificamente, narra de modo romantizado o livro do Apocalipse encontrado no final da Bíblia e apresenta o início do fim.
A estória parte do Arrebatamento, momento no qual os verdadeiros cristãos, pessoas de fé que realmente viviam para Deus, foram levados para o céu.

A partir de todo caos que esse desaparecimento em massa, inclusive de todas as crianças, ocorre se desenrola a história, não contando o que aconteceu com os que foram, e sim o sofrimento e a luta pela sobrevivência dos que ficaram.
O livro me prendeu desde a primeira página.

"Este thriller psicológico, baseado no Apocalipse bíblico, tornou-se uma febre nos Estados Unidos. Neste volume, milhares de pessoas desaparecem misteriosamente. A resposta surge no decorrer da narrativa, quando descobrem que o juízo final está chegando e só os puros de coração subiriam aos céus. Para o resto da humanidade, restaram pragas diversas, terremotos e um convívio com o anticristo. "